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Na delação feita por Livânia Farias nas investigações da Operação Calvário, a ex-secretária de finanças do município de João Pessoa e de administração do Estado da Paraíba falou sobre contrato feito com firma de advocacia para a Prefeitura de João Pessoa, pagamento de propina por parte do escritório, ajuda financeira na campanha eleitoral de 2010 e apreensão de R$ 81 mil em 2011.
A reportagem do G1 Paraíba teve acesso ao do depoimento de Livânia.
Veja abaixo os principais pontos da colaboração.
A ex-secretária afirmou que, inicialmente, o próprio Bernardo a procurou e ofereceu um valor, que ela não aceitou. “Posteriormente, ele disse que não tinha a ver com propina e que o escritório tinha uma disponibilidade para ajudar”, disse na delação. Ela relatou ainda que o advogado chegou a afirmar que, quando ela saísse da Prefeitura, poderia se tornar advogada no escritório.
Segundo Livânia, o pagamento do valor por vezes em espécie ou depósito, e não era condicionado ao pagamento feito pela Prefeitura. Ela contou que começou a receber a quantia por volta do segundo pagamento feito à firma.
“Ele me pagava um valor aleatório, às vezes R$ 3 mil, R$ 5 mil e isso foi final de 2009 até 2010”, comentou. Questionada, a ex-secretária contou que outros servidores também recebiam os valores.
MP: além da senhora, quais outros servidores do Município de João Pessoa recebiam essa vantagem?
Livânia: segundo o próprio Bernardo, Gilberto Carneiro e Coriolano [irmão do ex-governador Ricardo Coutinho]. Coriolano para o período eleitoral, que ele recebia, e Gilberto ele não especificou
A ex-secretária afirmou que recebeu os valores até 2010, antes de começar o período eleitoral.
MP: por que houve essa mudança?
Livânia: eu acho que como o dinheiro era todo pra campanha, ele deveria [é interrompida]
MP: a senhora tem essa informação de que em 2010 ele entregou dinheiro para a campanha?
Livânia: tenho. Ele disse que ajudou bastante.
MP: e esse dinheiro era entregue a quem?
Livânia: a Coriolano
MP: e a Gilberto também?
Livânia: a Gilberto eu não sei se era para a campanha
MP: mas ele continuou pagando a Gilberto em 2010?
Livânia: segundo Bernardo Vidal, sim
MP: a senhora disse que a senhora parou de receber em 2010..
Livânia: é, eu parei de receber
MP: mas Gilberto e Coriolano continuaram recebendo?
Livânia: continuaram recebendo.
A colaboração foi feita no âmbito da operação Calvário e desencadeou uma denúncia protocolada pelo Ministério Público da Paraíba, nesta quarta-feira (4) contra nove pessoas acusadas de integrar um grupo que teria causado um prejuízo de R$ 49 milhões à Prefeitura da capital paraibana.