A Polícia Federal divulgou o conteúdo dos depoimentos do ex-secretário geral do PT Silvio Pereira e do empresário Ronan Maria Pinto, ouvidos nesta segunda-feira pela Lava Jato. Os dois negaram participação no empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões que o Banco da construtora Schain fez ao PT.
O empresário Ronan Maria Pinto disse que os R$ 6 milhões que recebeu, em 2004, não tem ligação com o empréstimo feito por José Carlos Bumlai junto ao Banco Schahin para pagar dívidas de campanha do PT.
Ronan disse aos investigadores que o empréstimo foi para renovar a frota de ônibus da empresa de transporte dele e que o dinheiro teria vindo da empresa Remar Agenciamento e Assessoria.
A investigação mostrou que a Remar recebeu R$ 6 milhões, dos R$ 12 milhões que o Banco Schahin emprestou a Bumlai.
“Ele deixou bastante clara a completa desvinculação de qualquer negócio dele, inclusive do ‘Diário ABC’, com eventuais empréstimos obtidos via Bumlai, do Banco Schahin”, disse Luiza Oliver, advogada de Ronan Maria Pinto.
No depoimento, Ronan também negou ter envolvimento em extorsão sobre fatos ligados à morte em 2002 do prefeito de Santo André Celso Daniel.
A Polícia Federal também ouviu o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira. Os investigadores dizem que ele foi o articulador do empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões. No depoimento, ele negou esta acusação.
Silvio Pereira disse que é cozinheiro e trabalha num restaurante desde 2005, quando saiu do PT.
Ele afirmou que não sabe de qualquer chantagem em relação à morte de Celso Daniel.
O Ministério Público afirma que Silvinho – como é conhecido – recebeu mais de R$ 500 milhões das empreiteiras OAS e UTC, investigadas na Lava Jato.
Sílvio Pereira disse que recebeu R$ 80 mil por um pacote promocional de cestas para a OAS presentear seus clientes e funcionários. E outros R$ 35 mil da UTC provavelmente também por serviços de fornecimento de cestas de Natal.
“Foram serviços prestados a duas empreiteiras, serviços de pouca monta, e não reconheceu alguns pagamentos que o Ministério Público trouxe como correntes”, explicou Luís Alexandre Rassi, advogado de Silvio Pereira.
A repórter perguntou: “Não houve mesada pra ele?”. Ao que Rassi respondeu: “Não, jamais houve mesada. Ou cala boca, né?”.
O prazo da prisão temporária de Silvio Pereira e Ronan Maria Pinto vence nesta terça-feira (5). Mas a prisão ainda pode ser prorrogada por mais 5 dias ou ser transformada preventiva.
Fonte: http://g1.globo.com/