O novo Parque da Lagoa, no Centro de João Pessoa, tem sido criticada nas redes sociais por diferenças entre as imagens do projeto, divulgadas na época do anúncio da obra, e a obra que foi entregue no domingo (12). A principal crítica é ao píer, que deveria ser maior, segundo expectativa de internautas. Uma imagem que compara o projeto inicial com a foto real, postada por uma página de humor de João Pessoa, já foi compartilhada mais de 1.400 vezes.
A prefeitura afirmou que o projeto que previa um píer maior foi rejeitado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (Iphaep) e, por isso, não foi possível concluir a obra conforme havia sido divulgado inicialmente.
O Iphaep, por sua vez, divulgou uma nota nesta terça-feira (14) informando que aprovou o único projeto de reurbanização do Parque Solon de Lucena que chegou ao órgão. O projeto da Prefeitura de João Pessoa foi aprovado, por unanimidade, pelo Conselho de Proteção de Bens Históricos e Culturais, no dia 4 de março de 2015. “Projeto com tais características nunca chegou para a análise deste órgão. O que chegou, posteriormente, foi aprovado”, diz a nota do Iphaep, se isentando da responsabilidade com relação às mudanças no projeto.
Na nota, o Iphaep lamenta que a Prefeitura de João Pessoa “tenha tentado utilizar o órgão como justificativa para amenizar as críticas da população a respeito da obra de reurbanização do Parque Solon de Lucena”. A nota acrescentou ainda que o órgão não é responsável pela qualidade dos materiais utilizados.
A secretária de Planejamento de João Pessoa, Daniella Bandeira, por sua vez, divulgou documentos oficiais emitidos pelo Iphaep para desmentir a nota do órgão. Daniella Bandeira cita, entre outras mudanças, a recomendação em relação ao encurtamento do píer e orientação para que ele tivesse uma estrutura flutuante.
O parecer, datado de 11 de maio de 2015, cita 10 recomendações ao projeto apresentado pela Prefeitura de João Pessoa. Nele, são sugeridas adequações como a tonalidade, a preservação da fauna e da flora, entre outros pontos. Em relação ao píer, os técnicos do órgão afirmam: “As dimensões do trapiche foram reduzidas em comparação ao anteprojeto anterior e foi proposto do tipo flutuante. O trapiche é uma rampa articulada e um deck, ambos com estrutura e piso em madeira, estando o deck sobre flutuadores em doca com enchimento em EPS”. Em outro trecho, os mesmos técnicos reforçam: ”[rampa e deck] também servem como atracadores para canoas, caiaques e pedalinhos”.
Outras dúvidas da população
A região do píer gerou mais dúvidas na população. Grades de proteção foram colocadas para que as pessoas não tivessem acesso ao píer. Porém, o local não está interditado. Como a parte de baixo não tem proteção, a grade só é retirada por volta das 8h, quando uma equipe de bombeiros civis chega ao local para monitorar os visitantes e evitar acidentes.
Outra dúvida dos visitantes é sobre os banheiros, que não estão abertos de manhã cedo. Segundo os próprios funcionários, eles só chegam ao local às 7h para abrir as portas das três baterias de banheiros. Ainda há a possibilidade de antecipar o início do expediente dos funcionários para das 6h. O público também reclamou dos bebedouros, que ainda estão sem as torneiras. Segundo a Prefeitura, esse problema vai ser solucionado ainda essa semana.