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A estreia de Vanderlei Luxemburgo no comando do Vasco teve emoção. Teve abraço, chute em esparadrapo, gestos, conversas. Teve cheiro de vitória, mas gosto de derrota. No primeiro jogo do técnico, o Cruz-Maltino abriu o placar, mas empatou em 1 a 1 com o Avaí em São Januário e proporcionou ao experiente comandante sensações que tinham ficado no passado e agora serão rotina.
Antes de pisar pela primeira vez no gramado como técnico do Vasco, Vanderlei Luxemburgo parou na boca do túnel e respirou fundo. Ali, talvez estivesse pensando no tamanho do trabalho que terá para recuperar a confiança de uma equipe abalada por resultados ruins nos últimos meses e até anos.
À beira do campo, aquele velho Vanderlei Luxemburgo vestindo uma calça jeans, sapato social, camisa branca e um blazer escuro. Nos minutos inicias, o técnico manteve a calma e até ficou mais dentro do banco do que perto da linha lateral – talvez estivesse imaginando o que estava reservado para o segundo tempo. Depois, muitos gestos e até um chute em um esparadrapo que caiu à sua frente.
A atuação ruim do Vasco antes do intervalo deixou Luxemburgo com as mãos no bolso, de braços cruzados, fazendo gestos para os jogadores. Em um lance de contra-ataque para o Avaí, o técnico foi andando para trás com a defesa e “chamando” os jogadores do ataque para ajudarem na recomposição.
Quando tinha oportunidade, chamava jogadores para conversar ao pé do ouvido em vez de ficar esbravejando de longe. Fez isso com Henrique, por exemplo, quando a partida estava paralisada ainda no primeiro tempo. No segundo, chamou Pikachu em uma falta a favor do Vasco e deu instruções.
Teve, também, é claro, reclamações com a arbitragem. Em dois lances, principalmente. Aos 18 do primeiro tempo, reclamou com o árbitro Ricardo Marques Ribeiro uma sequência de faltas do Avaí que não resultou em cartão amarelo. No segundo, Rossi foi derrubado muito perto de Luxemburgo, que ficou bem irritado após o lance seguir.
– Teve aquele friozinho e aquela piscadinha do jogo. No futebol, se mexe com adrenalina. Foi gostoso voltar para o futebol. Atuando como gosto de atuar. Achamos que estavam parando demais a jogada, falei um pouco ali, mas sem ofender ninguém – disse Vanderlei Luxemburgo depois da partida.
O técnico também se incomodou com a falta de atenção dos jogadores do Vasco em um lance de impedimento que o zagueiro Betão, do Avaí, cobrou rápido e deu trabalho para a defesa cruz-maltina, desprevenida. Luxemburgo, na beira de campo, fazia sinais para os jogadores voltarem rápido.
No fim, as maiores emoções da noite de reestreia de Luxemburgo. Com cruzamento de Rossi, o zagueiro Ricardo abriu o placar para o Vasco e fez São Januário “explodir”. A maioria dos jogadores correu para festejar o defensor, mas Fellipe Bastos, que havia entrado há poucos minutos, e membros da comissão técnica abraçaram o treinador.
Depois do gol, o Vasco passou a mais se defender do que atacar. Na beira do campo, Luxemburgo, com as mãos no bolso ou gesticulando, parecia nervoso.
O nervosismo, porém, ganhou gosto de derrota no último lance da partida válida pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro. Daniel Amorim, de cabeça, conseguiu passar por Sidão, que estava em noite inspirada, e empatou o placar em São Januário. O Vasco, lanterna do Brasileirão, continua sem vencer.
E Luxemburgo, que viveu minutos de alegria, foi para o vestiário caminhando sozinho.
Fonte: Por Bruno Giufrida — Rio de Janeiro – https://globoesporte.globo.com/futebol/times/vasco/noticia/caras-e-bocas-luxemburgo-chuta-esparadrapo-gesticula-e-sofre-na-estreia-no-vasco.ghtml
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