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As chances de Thiago Marreta não eram grandes antes do combate deste sábado. Azarão absoluto na luta principal do UFC 239, ele falou durante a semana que pretendia chocar o mundo, demonstrando ter ciência de que do outro lado estava um fora de série. Mas a margem de favoritismo de Jon Jones não foi vista dentro do octógono. Com uma performance de alto nível, o brasileiro vendeu caro o duelo, mas perdeu por decisão dividida (48-47, 47-48 e 48-47), em Las Vegas (EUA), pelo cinturão do peso-meio-pesado (até 93kg).
– Eu joguei seguro, peço desculpas para os fãs que queriam que essa luta terminasse em nocaute. Ele é muito duro. Thiago Santos é um faixa-preta de muay thai, estou orgulhoso de mim. Eu achei que estava vencendo, nós estávamos jogando um jogo de xadrez muito inteligente. Toda vez que você luta contra um cara de muay thai, você precisa ser inteligente. Os chutes me machucaram muito, eu acho que ele conseguiu explorar um ponto que todos buscaram até hoje e ninguém tinha conseguido. Ele conseguiu explorar uma falha no meu jogo que eu prometo que não terá na próxima vez – declarou “Bones”, que deixou o cage amparado por seus treinadores devido às avarias nas pernas.
A atuação de Jones passou longe do domínio que muitos esperavam, e o resultado chegou a ser vaiado pelo público na T-Mobile Arena.. Mas o fato é que agora são 25 vitórias, uma derrota e um “No Contest” (luta sem resultado) na carreira do campeão dos meio-pesados. Foi a 13ª luta de título que ele venceu, igualando o recorde de Georges St-Pierre.
Para Marreta, a derrota apertada prova que o brasileiro faz parte da elite da categoria até 93kg. E o carioca, cria da Cidade de Deus, apesar do revés, não demonstrou abatimento. Muito pelo contrário.
– No primeiro round meu joelho falseou, machucou e eu não consegui mais me movimentar muito bem, toda hora estava saindo do lugar. Mas, sem choro, sem lamentação. Ele é um guerreiro, sou fã, só tenho que agradecer a todos por essa oportunidade. Estou feliz, saí na porrada que é o que eu gosto de fazer contra um cara que eu sempre assisti e admiro muito.
A luta
Um chute baixo logo no início da luta fez Jon Jones se desequilibrar. Marreta circulava pelo octógono, sem demonstrar afobação. O campeão tentava ditar o ritmo. Pisões no joelho e chutes altos eram os golpes mais usados. O desafiante acertou um chute na altura das costelas. “Bones” marcou o tempo, tentou derrubar e jogou uma cotovelada rodada, que Marreta esquivou bem. O brasileiro foi para cima mais uma vez e, soltando golpes, viu o protetor bucal do rival voar. Imediatamente, o carioca parou e permitiu que ele recolocasse. Na volta, encontrou a distância e acertou duas boas combinações no rosto. Os chutes baixos nas pernas do americano entravam – o brasileiro chegou a sentir uma dor no joelho, que viria incomodá-lo nos minutos seguintes. O Jones seguia atuando da média para a longa distância. Nos segundos finais, o campeão acertou um chute rodado no corpo do atleta da TFT.
Um chute baixo na canela de Jones chegou a desequilibrar o próprio Marreta O americano foi para cima, mas recebeu de volta uma saraivada de socos e recuou. O desafiante não parou de se mover e acertou um chute no corpo. “Bones” caminhava para a frente, media a distância e, quando encontrou o tempo certo, conectou um chute alto que derrubou o brasileiro. Marreta ficou de pé rapidamente e se recuperou. Na trocação franca, jogou cruzados no vazio e recebeu um jab. Um chute alto parou na guarda do campeão antes do fim do segundo assalto.
Jones voltou com melhor controle de distância e acertando chutes baixos. Marreta mantinha a estratégia de circular e chutar corpo e pernas do campeão para abrir caminho para suas combinações. Em uma delas, um cruzado entrou no rosto do americano, que absorveu bem. Na sequência, Marreta buscou a trocação na curta e levou a pior, sofrendo um knockdown. O desafiante ficou de pé logo depois e seguiu agressivo. Jones acertou outro chute alto e a torcida sentiu o bom momento. O campeão foi para cima, golpeou a linha de cintura, mas administrou.
Marreta tentou acelerar o ritmo logo no início do quarto round, mas Jones escapou. O panorama se manteve, com o campeão dominando o centro do octógono, pontuando nos chutes, mas respeitava a potência dos golpes do rival. O assalto foi o de menos ação da luta, com Marreta tomando menos iniciativa, e o americano cozinhando o combate.
O último assalto começou com Marreta disputando mais o centro do cage. Entrar no raio de ação do campeão não era fácil, mas o brasileiro conseguiu um bom momento pouco antes da metade do round. Jones voltou a usar os pisões no joelho para manter a distância, porém era pouco ativo. O público ensaiou vaias pela falta de ação. Com cerca de um minuto para acabar a luta, Marreta disparou uma sequência de socos e animou a arena, que passou a aplaudir, mas o campeão se defendeu bem. No fim, mais vaias para o público, que viu um Jones menos impressionante que o habitual.
CARD PRINCIPAL
Jon Jones venceu Thiago Marreta por decisão dividida (48-47, 47-48 e 48-47)
Amanda Nunes venceu Holly Holm por nocaute técnico aos 4m10s do R1
Jorge Masvidal venceu Ben Askren por nocaute aos 5s do R1
Jan Blachowicz venceu Luke Rockhold por nocaute a 1m39s do R2
Michael Chiesa venceu Diego Sanchez por decisão unânime (triplo 30-26)
CARD PRELIMINAR
Arnold Allen venceu Gilbert Melendez por decisão unânime (triplo 30-27)
Marlon Vera venceu Nohelin Hernandez por finalização aos 3m25s do R2
Cláudia Gadelha venceu Randa Markos por decisão unânime (triplo 30-27)
Song Yadong venceu Alejandro Perez por nocaute aos 2m04s do R1
Edmen Shahbazyan venceu Jack Marshman por finalização a 1m12s do R1
Chance Rencountre venceu Ismail Naurdiev por decisão unânime (29-27, 29-28 e 30-27)
Julia Avila venceu Pannie Kianzad na decisão unânime (30-27, 30-26 e 30-26)
Fonte: Por Evelyn Rodrigues, Guilherme Roseguini e Raphael Marinho — Las Vegas, EUA – https://sportv.globo.com/site/combate/noticia/em-luta-equilibrada-jon-jones-supera-thiago-marreta-nos-pontos-e-mantem-cinturao.ghtml
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