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O início da venda de ingressos da Copa América nas lojas físicas, na última quarta-feira, trouxe otimismo ao Comitê Organizador Local (COL). Até agora, segundo o próprio comitê, 450 mil bilhetes foram comercializados para torcedores de 106 países. Muita gente tem preferido procurar os centros de venda a superar o congestionamento das operações pela internet. A previsão é de alta nos próximos dias.
Apesar do otimismo, não houve filas no primeiro dia de venda no Centro de Ingresso de São Paulo, no Memorial da América Latina, na zona oeste da cidade. Vários guichês para compra e retirada faziam com que o atendimento fosse quase imediato. Desde quarta, os cinco centros (Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio, Salvador e São Paulo) passaram também a funcionar como pontos para venda de ingressos, desde que haja disponibilidade de assentos. Paralelamente, o torcedor tem a opção de compra pelo site copaamerica.com. Os ingressos podem ser retirados pelos torcedores desde sexta-feira nos Centros de Ingressos.
O COL promete realizar nas próximas semanas uma nova etapa de comercialização, com a remessa de um quarto lote de ingressos. Todas as 26 partidas terão novamente entradas à venda. No momento, somente dois jogos estão com a carga esgotada: a final e o jogo entre Brasil e Peru, em Itaquera.
O empresário Jorge Pires Teodoro havia desistido de comprar os ingressos por duas razões. Os mais baratos acabavam instantaneamente na internet. Além disso, ele achou os mais nobres com valores “fora da realidade”. Agora, pretende procurar uma loja para tentar um ingresso com valor razoável e realizar o desejo do filho, Rafael Teodoro, que está iniciando a carreira como jogador e quer ver o torneio no Brasil. Isso mostra que a expectativa dos organizadores esbarra na preocupação dos torcedores com o preço dos ingressos, que varia de R$ 60 a R$ 890.
Muitos fãs estão limitando o número de jogos que vão assistir de olho na conta final. Dificilmente, a expectativa com a Copa América será parecida com o ambiente pré-Copa do Mundo no Brasil. Antes de 2014, os ingressos se esgotavam rapidamente a cada lote colocado à venda, mesmo sem o torcedor saber quais equipes estariam em campo.
O engenheiro Marcelo Silvestre foi a duas edições da Copa América e viu todos os jogos do Brasil no Mundial da Rússia. Na Copa América deste ano, ele decidiu gastar R$ 1.600 para acompanhar os dois jogos da seleção em São Paulo, a semifinal em Belo Horizonte e a finalíssima do torneio, no Maracanã. Ele queria mesmo era assistir a todos os jogos da seleção, mas está preocupado com os gastos extras. Avalia que deve gastar R$ 4 mil com estadia, combustível, ingressos e alimentação.
A estudante Milena Jó não vai conseguir ir à abertura do torneio, no Morumbi. “Pela proporção do evento, até dá para entender o preço dos ingressos, mas eles ficaram um pouco caros. Sou estudante e recebo pouco mais de um salário mínimo. Gostaria muito de ir à abertura, mas o preço do ingresso do ingresso não contribuiu”, afirma.
O advogado Tiago Achcar concorda que os bilhetes estão caros, mas mesmo assim vai a seis partidas. “Os ingressos, de uma maneira geral, são caros, tendo em vista a nossa realidade. Se compararmos com outros eventos internacionais, a Copa do Mundo foi mais cara. Mas a qualidade dos eventos não se compara”.
O estudante Marcus Jesus, que comprou bilhetes para a disputa de terceiro lugar e a fase de grupos, em São Paulo, avalia que os preços são justos para ver jogadores como Messi e Neymar.
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