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O lado esportivo da preparação da seleção francesa feminina para a Copa do Mundo saiu de cena nos últimos dias para dar lugar ao debate sobre sexismo. Isso porque, desde a última segunda-feira, as meninas comandadas por Corinne Diacre precisaram sair de Clairefontaine (tradicional centro de treinamento das seleções da França) e se mudaram para um resort não muito longe, também em Paris. Enquanto isso, os jogadores de Didier Deschamps, que têm um amistoso e um jogo válido pelas Eliminatórias da Eurocopa pela frente, usufruem da mordomia do CT desde quinta.
O assunto deu pano para manga no país, sobretudo nas redes sociais. As acusações são de que a Federação Francesa de Futebol (FFF) estaria privilegiando a seleção masculina em relação à feminina, que começa a disputar um Mundial em casa a partir da próxima sexta-feira.
Os jornais franceses, como “L’Équipe” e “Le Parisien”, explicam que a saída da seleção feminina de Clairefontaine se deu, na verdade, em função de uma decisão da Fifa. Diferente da Copa do Mundo masculina, em que as seleções normalmente escolhem uma cidade para servir como base durante a competição inteira, na feminina as seleções são obrigadas a peregrinar de sede em sede – com os treinos, portanto, sendo realizados sempre na cidade onde serão os jogos.
De acordo com a imprensa, a seleção feminina fez há um bom tempo o pedido à Fifa para fazer de Clairefontaine sua base. Mas a resposta, tardia, foi negativa: foi permitido a elas ficar no CT somente até o dia 7 de junho, data da estreia contra a Coreia do Sul, que será no Parque dos Príncipes, em Paris. A FFF, a partir daí, decidiu adiantar o processo e realocou as meninas em um resort a poucos quilômetros dali. A dificuldade da logística de Clairefontaine também influenciou a decisão, já que, além das seleções masculina e feminina, o local está servindo de preparação para o time sub-20 que vai jogar a Eurocopa da categoria a partir do próximo dia 16, na Itália.
O “L’Équipe”, contudo, garante que o resort, localizado no centro de um enorme parque natural, oferece “uma estadia confortável” e dispõe de “campos, academias, centro de saúde, sala de imprensa…”.
Diante dos questionamentos, os treinadores se esforçaram para esclarecer que não há polêmica quanto ao assunto.
“Não tem problema, nós não tivemos que sair por causa dos meninos”, explicou Corinne Diacre, técnica da seleção feminina. “Nós conversamos com Deschamps, Clairefontaine é prioridade dos homens, sempre foi e é ainda mais desde o ano passado (quando venceram a Copa). Clairefontaine nós deu tudo que precisávamos, o mais importante é que tivemos treinos de qualidade aqui.”
Deschamps, por sua vez, fez coro à companheira de profissão.
– Não existe debate sobre isso. Estamos aqui temporariamente, só até viajarmos. Nós nos esforçamos para trabalhar juntos para que as seleções tivessem as melhores condições. A Copa do Mundo na França é o evento, estamos com elas com todo nosso coração. Elas estão se preparando para fazer a melhor competição possível.
O clima amistoso pôde ser testemunhado na última quarta-feira, quando, pela primeira vez na história, Clairefontaine recebeu de uma vez só as seleções masculina, feminina e sub-20 para um jantar de confraternização. As aproximadamente 120 pessoas, entre atletas e membros da comissão técnica, assistiram juntos à final da Liga Europa entre Chelsea e Arsenal – que teve os franceses Giroud e Kanté em campo.
O post Seleção feminina cede centro de treinamento para a masculina e gera debate na França apareceu primeiro em Polêmica Paraíba.